domingo, 15 de agosto de 2010

DERMATITE ATOPICA


Dermatite atópica ou eczema atópico



O que é?



A atopia é uma doença adquirida por herança genética que, na pele, causa lesões inflamatórias: a dermatite atópica ou eczema atópico. A pessoa que sofre de atopia, além da dermatite atópica pode apresentar asma ou rinite alérgica. É frequente encontrar histórico de uma destas doenças nos familiares.



Manifestações clínicas



O principal sintoma é a coceira, que pode começar antes mesmo das lesões cutâneas se manifestarem. Na infância as lesões são avermelhadas e descamativas. Podem atingir a face, tronco e membros. Com o ato de coçar, tornam-se escoriadas e podem sofrer infecção secundária.



Nos adolescentes e adultos, as lesões localizam-se preferencialmente nas áreas de dobras da pele, como a região posterior dos joelhos, pescoço e dobras dos braços. A pele destes locais torna-se mais grossa, áspera e escurecida. Usualmente localizada nestas áreas, a dermatite atópica pode se generalizar, atingindo grandes áreas corporais.







Passada a infância, pode ocorrer o desaparecimento total das lesões mas, geralmente, a doença tem curso crônico (longa duração), apresentando períodos de melhora e de piora. É comum, após o desaparecimento da dermatite atópica, ocorrer a substituição desta por uma das outras formas de apresentação da atopia (asma ou rinite).



Outra característica da pele do atópico é a sua tendência maior ao ressecamento que, por si só, pode dar origem à sensação de coceira e descamação. O estresse emocional pode desencadear períodos de piora e não deve ser menosprezado.



Tratamento



A hidratação da pele é muito importante, devendo-se evitar sabonetes agressivos, buchas e banhos quentes. Se tomar mais de um banho por dia, o sabonete deve ser usado apenas em um deles. Logo após o banho, com a pele ainda úmida, deve-se usar hidratantes para evitar o ressecamento.



As lesões são tratadas com o uso de cremes e pomadas à base de corticosteróides ou outras substâncias que ajudam a combater a inflamação. Em caso de infecção secundária, devem ser usados antibióticos. Medicações anti-alérgicas ajudam a diminuir e controlar a coceira. Casos mais graves podem necessitar de medicações mais potentes, via oral, para o seu controle. O tratamento da dermatite atópica depende de cada caso e deve ser conduzido por um médico especializado.

URTICARIA AGUDA

Urticária




001. O que é urticária?

Urticária é uma doença de pele caracterizada pelo aparecimento súbito de urticas, que são manchas vermelhas, inchadas e que coçam bastante. Geralmente as lesões desaparecem espontaneamente em menos de 24 horas. Os “episódios” de urticária podem ser diários.



002. Qual a diferença entre a urticária aguda e a crônica?

A urticária é considerada aguda quando as lesões duram até 6 semanas e, crônica, quando as lesões persistem por mais de 6 semanas. A urticária aguda pode ser causada principalmente por intolerâncias alimentares ou a drogas (especialmente penicilina, sulfonamidas e aintiinflamatórios). As causas da urticária crônica são mais difíceis de determinar que as da urticária aguda.



003. Quais são as causas da urticária ?

Podem ser várias as causas de urticária:

• Medicamentos como penicilina, sulfas, sedativos, analgésicos (especialmente a aspirina e dipirona), antiinflamatórios, laxativos e diuréticos.

• Alimentos (envolvidos principalmente nas urticárias agudas) como ovos, peixes, frutos do mar, nozes, além de aditivos, corantes, conservantes, aromatizantes.

• Agentes físicos como frio, pressão, calor e luz.

• Inalantes como pólens, poeira, inseticidas

• Parasitoses

• Picadas de insetos

• Infecções por bactérias, fungos ou vírus

• Doenças internas, como por exemplo, disfunção da tireóide

E, muitas vezes, não é possível descobrir a causa da urticária.





004. Existem fatores que podem piorar a urticária?

A urticária pode piorar com fatores que favorecem a dilatação dos vasos da pele como ingestão de álcool, calor, febre, exercícios físicos e estresse emocional. A aspirina produz piora em 20 a 40 % dos doentes com urticária crônica.



005. A urticária é contagiosa?

Não. Ninguém “pega” urticária.



006. A urticária é um problema de pele comum?

A urticária é uma doença muito comum. Aproximadamente 15% a 20% da população apresenta pelo menos 1 episódio de urticária ao longo da vida. Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais freqüente em adultos jovens.



007. Quais as pessoas com maior tendência a desenvolver urticária?

As pessoas com antecedente de atopia (alergia respiratória e de pele) são mais propensas a ter urticária.



008. Além das lesões da pele, a urticária acarreta alguma outra alteração no organismo?

A urticária crônica tem um impacto negativo na qualidade de vida da pessoa, uma vez que pode causar fadiga, insônia, isolamento social, perda de energia e dificuldades emocionais e sexuais.



009. A urticária traz algum risco de vida?

Se estiver associada com inchaço das vias respiratórias (também conhecido com edema de glote e laringe) sim, pois nessa situação há uma grande dificuldade de respirar. O tratamento deve ser feito o mais rápido possível.



010. Como é feito o diagnóstico de urticária?

O diagnóstico clínico é fácil e é feito pelo aspecto das lesões de pele, presença de coceira e duração fugaz das lesões. No entanto, o diagnóstico da causa pode ser extremamente difícil. Exames podem ser solicitados, mas nem sempre conseguem esclarecer a causa da urticária.



011. Qual é o tratamento da urticária?

O tratamento consiste na descoberta e afastamento da causa, o que nem sempre é possível.

Os pacientes devem ser orientados a evitar substâncias ou situações que possam piorar a intensidade dos episódios, tais como consumo excessivo de álcool, ambientes muito quentes e medicamentos como aspirina e antiinflamatórios. O tratamento medicamentoso consiste basicamente no uso de anti-histamínicos, que são drogas capazes de bloquear os receptores de histamina (uma das principais substâncias responsáveis pelos sintomas da urticária). Os mais utilizados são a loratadina, desloratadina e fexofenadina. A desloratadina é um novo anti-histamínico H1, considerado por alguns autores como de terceira geração, também não causa sonolência, proporciona rápido alívio da coceira e do número e tamanho das lesões e apresenta ação antiinflamatória adicional.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Prebióticos, probióticos e simbióticos na prevenção e tratamento das doenças alérgicas

Objetivo: Avaliar o papel dos probióticos, prebióticos e simbióticos no equilíbrio do sistema imunológico do lactente, bem como seu efeito preventivo no desenvolvimento de doenças alérgicas na criança.

Fonte de Dados: A partir do levantamento de todos os ensaios clínicos duplo-cegos e randômicos em seres humanos, publicados nos últimos cinco anos na base de dados Medline e que contivessem unitermos relacionados a prebióticos (oligossacarídeos), probióticos e simbióticos versus hipersensibilidade, analisou-se seu papel quanto à utilização em doenças alérgicas.


Síntese de Dados: Foram incluídos nesta revisão três trabalhos com prebióticos, os quais utilizaram a mistura GOS:FOS (9:1) em fórmulas infantis em lactentes nos primeiros meses de vida; 24 trabalhos com probióticos, sendo os micro-organismos utilizados na suplementação L. rhamnosus GG, B. lactis, L. casei, L. paracasei, L. reuteri, L. acidophilus, B. longum, B. breve e P. freudenreichii sp., e dois estudos com simbióticos.


Conclusões: Apesar das evidências de benefícios da suplementação precoce de probióticos com algumas cepas específicas, prebióticos e simbióticos na prevenção da dermatite atópica, em crianças de alto risco para alergias, e do uso de probióticos no tratamento das dermatites atópicas moderadas e graves mediadas por IgE, há necessidade de ampliar os estudos quanto ao tempo de observação dos indivíduos suplementados, quanto à segurança e aos efeitos em longo prazo.


Dr. Antonio Carlos O. Biel
Medico    Dracena - SP

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Higiene do ambiente físico nas doenças alérgicas

A higiene do ambiente físico é de grande importância nas doenças alérgicas, especialmente por se tratarem de medidas que visam postergar as manifestações clínicas da doença, ou mesmo minimizá-las. Portanto, independente do tratamento medicamentoso, a higiene ambiental na residência de um alérgico deve ser cuidadosa.




Sabemos que principalmente na faixa pediátrica, a maioria dos asmáticos são alérgicos (~85%) principalmente a ácaros da poeira doméstica, alérgenos de animais domésticos e baratas. Os ácaros da poeira domiciliar são animais microscópicos, que vivem dentro dos domicílios, muito próximos ao homem, já que se utilizam das descamações de pele humana como principal fonte alimentar. Durante 1 noite, descamamos 1 a 2 g de pele, e portanto, o ambiente de escolha para proliferação dos ácaros é a nossa cama: em especial o colchão, travesseiro e roupas de cama. Outros locais importantes seriam estofados, cortinas e carpetes. Desta forma, é fácil estabelecermos prioridades no combate a este inimigo, quais sejam:



1. No dormitório



encapar colchões e travesseiros com capa impermeável à passagem de ácaros ou suas excreções. Lavar estas capas a cada 3 ou 4 semanas.



lavar roupas de cama I ou 2 x por semana, deixando-as de molho em água com temperatura > 550 C por 10' ou usar secadora que atinja estes níveis térmicos.



retirada de cortinas



limpeza de piso com pano úmido com desinfetante suave



não utilizar produtos de limpeza com veículo oleoso (ceras, lustra-móveis)



se os carpetes não puderem ser retirados de imediato, limpá-los 2 x por semana com um aspirador de pó tipo doméstico, tomando-se o cuidado de afastar o paciente alérgico do ambiente por aproximadamente 30 minutos



manter as superfícies de móveis livres de objetos



roupas e papéis dentro de armários



2. Nos demais locais da residência



a orientação em relação a carpetes é a mesma que para o dormitório



os estofados devem ser preferencialmente de couro ou revestimento semelhante, passíveis de limpeza com pano úmido



A residência de uma forma geral deve ser bem ventilada, e o dormitório do asmático



deve receber sol.



Em relação à orientação para animais domésticos, o ideal é que o paciente alérgico não tenha contato domiciliar com cães e gatos. Se comprovada sua alergia a animais, através de testes alérgicos e ou exames de laboratório, a única medida realmente eficaz será seu afastamento do convívio. Tratando-se de crianças, devido ao grande apego emocional e à



dificuldade de um afastamento brusco, muitas vezes precisamos lançar mão de medidas alternativas, que apesar de não serem tão eficazes, diminuem a carga de alérgenos no ambiente, quais sejam:



utilização de filtros de ar apropriados nos ambientes (HEPA)



retirada de carpetes e cortinas de toda a residência



revestimento de estofados com couro ou material similar



lavagem semanal do animal (princ. gato), por imersão



As baratas são combatidas com o uso de iscas, evitando-se os aerossóis de ambiente.



Um outro ponto importante na higiene ambiental do paciente alérgico, consiste no afastamento da inalação de fumaça de cigarro. Estão atualmente bem estabelecidos os danos causados pelo fumo no pulmão dos asmáticos, quer seja este um fumante ativo ou passivo (especialmente crianças). Devido às crianças pequenas permanecerem a maior parte do tempo em companhia das mães, solicitamos às mães de asmáticos que se abstenham de fumar dentro do ambiente doméstico.



O hábito oriental da retirada dos sapatos quando se adentram as residências, toma-se de grande interesse quando se trata de paciente asmático, uma vez que, através das solas dos sapatos carreamos bactérias para dentro dos domicílios. Estas bactérias podem liberar substâncias (endotoxinas), que, se inaladas, podem em associação aos alérgenos, levar a uma piora do quadro clínico.



É extremamente importante o conhecimento da importância das medidas de higiene ambiental na evolução da doença alérgica, de uma forma geral. Com a possibilidade deste tipo de informação, é possível traçarmos uma meta, priorizando as medidas a serem tomadas, de modo individualizado a cada paciente.



Dr. Antonio Carlos O. Biel
Medico Dracena - SP

sábado, 7 de agosto de 2010

Rinite e asma são os problemas mais comuns em crianças que procuram ambulatórios de alergologia, indicam estudos

Dois estudos apresentados em abril no Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia em Pediatria indicam que a rinite e a asma são as patologias mais frequentes em crianças atendidas em ambulatórios de alergologia - respondendo pela maioria dos casos -, e que ambas, muitas vezes, estão associadas nesses pacientes. Realizados em ambulatórios de alergia pediátrica de Petrópolis-RJ e de Juazeiro do Norte-CE, os estudos mostram, ainda, que houve preponderância de casos de problemas respiratórios no sexo masculino, e que a sibilância, dermatites e sinusite também são condições significativas entre esses pacientes.




No trabalho desenvolvido no ambulatório de alergologia do Hospital Municipal Infantil Maria Amélia Bezerra, na cidade do Nordeste brasileiro, a revisão de 150 prontuários - 90 de pacientes masculinos e 60 femininos - indicou que asma e rinite respondiam por 64% dos casos, com a sibilância em lactentes ocupando o terceiro lugar entre as condições mais comuns, seguida das manifestações alérgicas com sintomas cutâneos. “No sexo feminino, as principais patologias encontradas foram asma e rinite, e a faixa etária mais prevalente foi entre seis e 10 anos”, destacaram os autores em publicação do Congresso. “Em relação ao sexo masculino, rinite foi o diagnóstico mais frequente (53 casos), seguido de asma (42 casos). Ambas as patologias foram mais frequentes entre três e cinco anos de idade”, acrescentaram.



Os resultados não foram muito diferentes na pesquisa desenvolvida no ambulatório de alergia pediátrica da Faculdade de Medicina de Petrópolis - que incluiu 114 prontuários de crianças atendidas no período de janeiro de 2008 até fevereiro de 2010. Segundo os pesquisadores deste ambulatório, “a doença prevalente foi a rinite, o que vai de encontro ao ARIA 2008 - que classifica rinite como a maior doença crônica respiratória e valoriza a associação de rinite e asma como uma doença única das vias aéreas”. Além disso, a asma intermitente apareceu como outra condição muito frequente entre os pacientes. “A patologia mais observada foi a rinite, sucedida pela asma. Dentre as rinites, rinite persistente (70%) foi a mais encontrada. Na população do ambulatório portadora de asma, encontramos a asma intermitente (72%) como a mais prevalente”, destacaram os autores.



Os especialistas dos dois estudos registraram, ainda, uma grande co-ocorrência das duas condições respiratórias. Segundo os pesquisadores da Faculdade de Medicina de Petrópolis, aproximadamente um terço das crianças com rinite apresentavam asma concomitantemente; e 80% das crianças portadoras de asma apresentavam rinite associada. E as demais patologias encontradas foram: lactentes sibilantes, dermatite atópica, prurigo estrófulo, urticária, conjuntivite, hipertrofia de adenoides e amídalas, e alergia alimentar.



Fonte: 11º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia em Pediatria. 08 a 11 de abril. Temas livres 21 e 22.
 
 
Dr. Antonio Carlos O. Biel - Medico - Dracena - SP

Asma na idade adulta após sibilância na infância: um estudo de questionário em 27 anos de idade

São Paulo, 07 de agosto de 2010







A sibilância na primeira infância é uma condição heterogênea, o prognóstico a longo prazo varia da recuperação total até a asma crônica. Embora o resultado a curto prazo tenha sido ativamente estudado, há uma falta de dados sobre o resultado a longo prazo até a idade adulta. Pesquisadores da Finlândia realizaram um estudo, recentemente publicado na revista Allergy, com o objetivo de avaliar a prevalência e os fatores de risco da asma em 26-29 anos de idade após sibilância no início da vida.







Na idade mediana de 27,3 anos (de 26,3 a 28,6), um questionário foi enviado a 78 indivíduos hospitalizados por sibilância com < 24 meses de idade, e 59 (76%) responderam. Asma, alergia e peso foram comparados com controles selecionados acompanhados desde o nascimento e com controles não selecionados recrutados para este estudo da idade adulta.







A asma diagnosticada pelo médico estava presente em 20% dos pacientes com bronquiolite antiga, em comparação com 5% nos dois grupos controles (OR: 2,1; IC 95%: 0,3-17,9 vs controles selecionados; OR: 5,2; IC 95%: 1,7-15,8 vs controles não selecionados). Os respectivos valores para a asma auto-relatada atual foram de 41% e de 7-10% (OR: 11,4; IC 95%: 2,3-56,1 vs controles selecionados; OR: 12,2; IC 95%: 4,4-33,7 vs controles não selecionados). A rinite alérgica atual e o tabagismo atual foram significativamente associados com a asma, mas a obesidade e o sobrepeso atuais não foram. Na análise multivariada, a sibilância na primeira infância foi um fator de risco independente da asma na idade adulta.





Dr. Antonio Carlos O. Biel - Medico - Dracena - SP

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

ALIMENTAÇAO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA

A OMS e os diversos comitês de Nutrição das Academias Pediatricas definiram dois periodos ideais de alimentação durante o primeiro ano de vida da criança:
- O periodo de lactação exclusiva que vai até os 6 meses de idade, durante o qual a alimentação se dará somente com leite materno ( ou em sua falta, com fórmulas de leite de vaca modificado);
- O periodo de introdução da alimentação complementar : frutas e papas salgadas, que se inicia no sexto mes de vida. A amamentação deve continuar nesse período ou na sua falta devem-se introduzir formulas infantis de segundo semestre.
Nesse Primeiro ano devem ser considerados não só os requerimentos nutricionais, mas também o grau de maturação e desenvolvimento dos sistemas neuromuscular, gastrintestinal, renal e imunológico, para que a transição da lactância natural ou artificial para a dieta mista habitual da criança e do adulto ocorra de forma gradual.

Dr. Antonio Carlos de Oliveira Biel
Medico
Dracena-SP