quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O que é alergia alimentar? Qual a diferença entre alergia, intoxicação, intoxicação alimentar e intolerância?

Muitas pessoas confundem a alergia alimentar como qualquer reação anormal após a ingestão de alimentos, como diarréia, dor abdominal, vômitos, enxaqueca, tosse, ou qualquer outro sintoma que ocorra como resultado da ingestão de alguma comida. Não é bem assim...
A reação adversa ao alimento inclui qualquer reação anormal após a ingestão de alimentos e pode ser resultado de:
Intolerância (ex: crianças que não toleram o leite, pois não conseguem fazer a digestão completa do açúcar do leite: a lactose)
Intoxicação (toxinas contaminantes que resultam em envenenamento)
Ação de substâncias farmacológicas contidas nos alimentos (ex: tiramina contida nos queijos velhos, por exemplo, pode “fazer mal” a algumas pessoas)

Aversão (crianças que têm náuseas e até vômitos ou outros sintomas apenas de “pensar” em determinado alimento por diversos possíveis motivos)

Alergia alimentar ( reação adversa ao alimento que compreende um mecanismo imunológico, ou seja produção de anticorpos e/ou outras células de defesa do nosso corpo contra determinados alimentos, causando os mais variados sintomas).
 
 
DR. BIEL - DRACENA -SP

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ESOFAGITE EOSINOFILICA

Esofagite eosinofílica (EE) é uma doença cujo diagnóstico está sendo cada vez mais freqüente. Estima-se que entre 8% a 10% dos pacientes pediátricos, com falha na resposta ao tratamento com inibidores de bomba de prótons para doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), apresentam a EE.


Neste estudo, em análise retrospectiva de 89 pacientes pediátricos com esofagite eosinofílica (EE) houve um predomínio do sexo masculino (78,6%), raça branca (94,4%), com média de idade de 6,2 ± 4,8 anos ao diagnóstico e sensibilização atópica a aeroalérgenos (79%) e a alérgenos alimentares (75%). A EE comprometia o esôfago proximal e distal e em 77% dos pacientes a análise histopatológica também evidenciou infiltração eosinofílica e não eosinofílica do estômago, duodeno e cólon. A distribuição dos segmentos afetados foi variável entre os pacientes, bem como a gravidade do comprometimento concomitante do trato gastrointestinal. O curso clínico foi crônico, foram 3 anos de sintomas antes do diagnóstico endoscópico e a média de duração dos sintomas foi de 1 a 3 anos até a resolução, mesmo assim a maioria dos pacientes apresenta recorrência de sintomas e a taxa de recidiva tardia foi de 79%. A conclusão foi de que no seguimento de pacientes pediátricos com EE, deve-se considerar a evolução crônica e recidivante, associação com atopia e o possível comprometimento de outros segmentos do trato gastrointestinal.

Comentários:
Os sintomas de EE frequentemente mimetizam os da DRGE, incluem dificuldade alimentar, déficit pôndero-estatural, vômitos, epigastralgia ou dor torácica, disfagia e impactação do alimento. Porém há diferenças na histopatologia e na resposta ao tratamento. Como a mucosa esofágica normal é destituída de eosinófilos, foram propostos critérios histopatológicos quanto ao número e a localização dos eosinófilos, desta forma foi estabelecido o ponto de corte de 6 eosinófilos por campo, concentrados na porção distal do esôfago na DRGE. Na EE o achado de ≥ 24 eosinófilos por campo ou ≥ 15 eosinófilos por campo (em pelo menos 2 campos), comprometendo tanto esôfago proximal quanto o distal, além disto na EE há espessamento da mucosa com hiperplasia da camada basal e alargamento papilar. Pacientes com níveis intermediários de eosinófilos (7-20 eosinófilos/campo) representam um desafio diagnóstico, visto que na EE o comprometimento da mucosa é desigual e dependendo do número de pontos biopsiados o nível de eosinófilos infiltrados pode ser variável. Por outro lado em pacientes sob tratamento adequado para DRGE, o achado de número elevado de eosinófilos na mucosa deve levantar a suspeita de EE. Os achados radiográficos e endoscópicos incluem estreitamentos, ulcerações, placas esbranquiçadas e pólipos. Entretanto, 20% dos pacientes têm avaliação endoscópica normal.
Muitas questões ainda precisam ser elucidadas, como o que causa a EE, o que determina a extensão do comprometimento gastrointestinal e o tempo para resolução. Existem evidências de associação com atopia, 75% a 80% dos pacientes com EE são sensibilizados a aeroalérgenos ou a alérgenos alimentares, além de caráter familiar e aumento da expressão do gene eotaxina-3. Nesta série de pacientes o acompanhamento prolongado evidenciou que é alta a taxa de recidiva e o quanto é importante a investigação da extensão do comprometimento de outras porções do trato GI.

URTICARIA AO FRIO

Urticária Induzida pelo frio: Achados Clínicos e Atualização no Diagnóstico e Tratamento




Clínica e Epidemiologia - Urticária induzida pelo frio é uma causa freqüente de urticária física caracterizada pelo desenvolvimento de pápulas eritematosas e/ ou angioedema causado pela liberação de mediadores pró-inflamatórios dos mastócitos como histamina e leucotrienos após a exposição da pele ao frio.
É a quarta causa mais comum de urticária após urticária crônica, dermografismo ou urticária factícia e urticária colinérgica.
Os sintomas ocorrem tipicamente minutos após o contato com o ar, líquidos e objetos frios. Os sintomas de urticária induzida pelo frio são geralmente limitados às áreas da pele expostas ao frio, mas o contato com o frio intenso pode resultar em urticárias generalizadas e /ou sintomas sistêmicos como cefaléia, dispnéia, hipotensão e perda da consciência, que frequentemente resulta do contato extensivo durante a exposição com a água. Apresentam risco de óbito se mergulharem em águas geladas e de sufocação pelo angioedema de laringe após consumirem comidas ou bebidas geladas.

Frequentemente afeta adultos jovens. A duração da doença é de 4-5 anos, com remissão ou pelo menos melhora dos sintomas em 50% dos pacientes em 5 anos. Mulheres são afetadas duas vezes mais que os homens. A incidência tem sido estimada em 0,05%. A frequência tem variado em 5,2 e 33,8% dependendo do estudo e da região geográfica, com maiores incidências em locais de clima frio.
Diagnóstico Diferencial - Pode ser distinguida dos outros tipos de urticária pela história cuidadosa e pelos testes diagnósticos específicos. Classicamente é dividida em primária e secundária. Há subtipos raros de urticária ao frio, incluindo duas síndromes hereditárias familiar: Urticária ao frio tardia e Síndrome auto-inflamatória ao frio familiar (FCAS).
Etiologia - A causa e os mecanismos envolvidos ainda permanecem incertos. Tem sido relatada associação com infecções virais como hepatite, mononucleose, borreliose e HIV, assim como Helicobacter pylori, Toxoplamose aguda e outras infecções parasitárias. Infecções do trato respiratório alto, dentária e do trato urogenital podem estar associadas com urticária ao frio. Isto explicaria a boa resposta ocasionalmente destes pacientes a antibioticoterapia.

Níveis elevados de IgE são descritos em 70% dos pacientes e alguns estudos descerevem altas incidências de atopia. Adicionalmente, a prevalência de anticorpos IgG e IgM anti IgE tem sido descritos em pacientes com urticária ao frio. Associação com doenças hematológicas, e neoplásicas foram relatados em poucos casos.

Diagnóstico - A primeira parte do diagnóstico é a confirmação através do teste de provocação com o frio. Um teste positivo imediato com a estimulação com a presença de urticária no local estimulado confirma o diagnóstico. A técnica mais comum é a aplicação de cubos de gelo na pele por 15 minutos.

Tratamento - Geral: evitar o frio previne sintomas; roupas adequadas evitando perigosas exposições ao frio; umidificar e hidratar a pele; mergulhar em águas com temperaturas adequadas. Tratamento Sintomático: Antihistamínicos, medicação de emergência nos pacientes com urticária grave com risco de angioedema. Terapia Curativa - em alguns pacientes antibióticos são indicados. Ocasionalmente, pacientes com urticária tem demonstrado benefícios mesmo se nenhuma infecção detectada.



DR. BIEL - DRACENA-SP

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ALERGIA ALIMENTAR X ASMA

Alergias alimentares (AAs) podem aumentar o risco de crises de asma, de acordo com os resultados de um estudo divulgado no Journal of Allergy and Clinical Immunology.

“Nosso estudo sugere que as alergias alimentares podem ser um fator importante, e até mesmo uma causa subestimada nas exacerbações da asma”, disse o autor líder do estudo, Dr. Andrew H. Liu, da National Jewish Health e da University of Colorado Denver School of Medicine. “Pessoas com alergia alimentar e asma devem monitorar atentamente ambas as condições e estar cientes de que elas podem estar relacionadas.”
Como parte da Pesquisa de Investigação Nacional sobre Saúde e Nutrição de 2005-2006, 8.203 participantes foram submetidos a medição de IgE sérica específica para amendoim, leite de vaca, clara de ovos e camarão.
AAs prováveis (AAP), AAs possíveis (AAPo) e AAs improváveis (AAI) foram determinadas através de IgE alimento-específica e de critérios baseados em idade, permitindo realizar estimativas em relação a AAs clínicas. Fatores demográficos de risco e relações com a asma e condições associadas foram determinados através de dados informados pelos próprios pacientes.
“Esse estudo tem uma base muito abrangente”, disse o autor sênior Dr. Darryl Zeldin, diretor clínico do National Institute of Environmental Health Sciences (NIEHS). “É o primeiro estudo a usar níveis séricos específicos e a considerar alergias alimentares ao longo de todo o espectro etário, de crianças entre 1 a 5 anos até adultos de 60 anos ou mais.”
A prevalência estimada nos EUA para AAs clínicas foi de 2,5%, incluindo amendoim, 1,3%; leite, 0,4%; ovo, 0,2%; e/ou camarão, 1,0%. Grupos com risco elevado de AAPo ou AAP foram os negros não hispânicos (odds ratio [OR], 3,06; intervalo de confiança [IC] de 95%, 2,14 – 4,36), homens (OR, 1,87; IC 95%, 1,32 – 2,66), e crianças (OR, 2,04; IC 95%, 1,42 – 2,93).
Comparados com participantes não asmáticos, aqueles com asma diagnosticada por médico apresentaram maior risco para todas as medidas de sensibilização alimentar. Participantes com AAP apresentaram OR ajustada substancialmente elevada para asma (3,8; IC 95%, 0,5 – 10,7) e para uma ida à Emergência devida à asma no ano anterior (6,9; IC 95%, 2,4 – 19,7).
Limitações do estudo incluem possível superestimativa da prevalência de AAs e incapacidade de determinar se alergias alimentares realmente causam crises de asma, ou se asma e alergias alimentares são ambas manifestações de um perfil alérgico grave.
“Dados sorológicos para 4 alimentos, baseados no perfil populacional, indicam que se pode calcular que 2,5% da população dos EUA tenha AAs, e foi encontrado um risco elevado entre indivíduos negros, pessoas do sexo masculino e crianças”, concluem os autores. “Além disso, AAs podem ser um fator subestimado de risco para asma problemática.”





J Allergy Clin Immunol. 2010;126:798-806.

domingo, 24 de outubro de 2010

ANGIOEDEMA HEREDITARIO

M.S, SEXO FEMININO, FOI ENCAMINHADA AO AMBULATORIO COM 16 ANOS DE IDADE, PROCEDENTE DE SAO PAULO E COM HISTORIA DE ANGIOEDEMA E URTICARIA DESDE OS 3 ANOS DE IDADE. A PACIENTE REFERE TRAUMA COMO DESENCADEANTE. ESTÁ APRESENTANDO DORES ARTICULARES EM MÃOS, DEDOS E MEMBROS SUPERIORES E PÉS. TEM RECEBIDO ANTI-INFLAMATORIOS. FOI TRATADA POR PNEUMONIA AOS DOIS ANOS DE IDADE. RELATA QUE VARIOS MEMBROS DA FAMILIA APRESENTAM A MESMA QUEIXA. ACRESCENTA QUE SENTE DORES ABDOMINAIS FREQUENTES.
C1-INH = 7mg/dl ( normal 21-39 mg/dl)
C4 = 3,17 mg/dl ( normal 10-40 mg/dl)
 HIPOTESE DIAGNOSTICA= ANGIOEDEMA HEREDITARIO TIPO I

COMENTARIOS:
Este caso clinico exemplifica uma paciente com Angioedema Hereditario por deficiencia quantitativa do inibidor de C1 esterase ( C1-INH).
Os sintomas iniciaram-se na infancia e a paciente apresentava o trauma com fator desencadeante. Entretanto há o relato de urticaria associada ao quadro. Os pacientes com Angioedema Hereditario podem apresentar lesões de pele, que são descritas como eritema serpiginoso, diferente da urticária. Outro aspecto interessante são as queixas de dores articulares.
Em decorrencia da ativação espontanea de C1, não controlada pelo inibidor de C1 esterase, há consumo de C4 e manifestações semelhantes ao lupus.

domingo, 15 de agosto de 2010

DERMATITE ATOPICA


Dermatite atópica ou eczema atópico



O que é?



A atopia é uma doença adquirida por herança genética que, na pele, causa lesões inflamatórias: a dermatite atópica ou eczema atópico. A pessoa que sofre de atopia, além da dermatite atópica pode apresentar asma ou rinite alérgica. É frequente encontrar histórico de uma destas doenças nos familiares.



Manifestações clínicas



O principal sintoma é a coceira, que pode começar antes mesmo das lesões cutâneas se manifestarem. Na infância as lesões são avermelhadas e descamativas. Podem atingir a face, tronco e membros. Com o ato de coçar, tornam-se escoriadas e podem sofrer infecção secundária.



Nos adolescentes e adultos, as lesões localizam-se preferencialmente nas áreas de dobras da pele, como a região posterior dos joelhos, pescoço e dobras dos braços. A pele destes locais torna-se mais grossa, áspera e escurecida. Usualmente localizada nestas áreas, a dermatite atópica pode se generalizar, atingindo grandes áreas corporais.







Passada a infância, pode ocorrer o desaparecimento total das lesões mas, geralmente, a doença tem curso crônico (longa duração), apresentando períodos de melhora e de piora. É comum, após o desaparecimento da dermatite atópica, ocorrer a substituição desta por uma das outras formas de apresentação da atopia (asma ou rinite).



Outra característica da pele do atópico é a sua tendência maior ao ressecamento que, por si só, pode dar origem à sensação de coceira e descamação. O estresse emocional pode desencadear períodos de piora e não deve ser menosprezado.



Tratamento



A hidratação da pele é muito importante, devendo-se evitar sabonetes agressivos, buchas e banhos quentes. Se tomar mais de um banho por dia, o sabonete deve ser usado apenas em um deles. Logo após o banho, com a pele ainda úmida, deve-se usar hidratantes para evitar o ressecamento.



As lesões são tratadas com o uso de cremes e pomadas à base de corticosteróides ou outras substâncias que ajudam a combater a inflamação. Em caso de infecção secundária, devem ser usados antibióticos. Medicações anti-alérgicas ajudam a diminuir e controlar a coceira. Casos mais graves podem necessitar de medicações mais potentes, via oral, para o seu controle. O tratamento da dermatite atópica depende de cada caso e deve ser conduzido por um médico especializado.

URTICARIA AGUDA

Urticária




001. O que é urticária?

Urticária é uma doença de pele caracterizada pelo aparecimento súbito de urticas, que são manchas vermelhas, inchadas e que coçam bastante. Geralmente as lesões desaparecem espontaneamente em menos de 24 horas. Os “episódios” de urticária podem ser diários.



002. Qual a diferença entre a urticária aguda e a crônica?

A urticária é considerada aguda quando as lesões duram até 6 semanas e, crônica, quando as lesões persistem por mais de 6 semanas. A urticária aguda pode ser causada principalmente por intolerâncias alimentares ou a drogas (especialmente penicilina, sulfonamidas e aintiinflamatórios). As causas da urticária crônica são mais difíceis de determinar que as da urticária aguda.



003. Quais são as causas da urticária ?

Podem ser várias as causas de urticária:

• Medicamentos como penicilina, sulfas, sedativos, analgésicos (especialmente a aspirina e dipirona), antiinflamatórios, laxativos e diuréticos.

• Alimentos (envolvidos principalmente nas urticárias agudas) como ovos, peixes, frutos do mar, nozes, além de aditivos, corantes, conservantes, aromatizantes.

• Agentes físicos como frio, pressão, calor e luz.

• Inalantes como pólens, poeira, inseticidas

• Parasitoses

• Picadas de insetos

• Infecções por bactérias, fungos ou vírus

• Doenças internas, como por exemplo, disfunção da tireóide

E, muitas vezes, não é possível descobrir a causa da urticária.





004. Existem fatores que podem piorar a urticária?

A urticária pode piorar com fatores que favorecem a dilatação dos vasos da pele como ingestão de álcool, calor, febre, exercícios físicos e estresse emocional. A aspirina produz piora em 20 a 40 % dos doentes com urticária crônica.



005. A urticária é contagiosa?

Não. Ninguém “pega” urticária.



006. A urticária é um problema de pele comum?

A urticária é uma doença muito comum. Aproximadamente 15% a 20% da população apresenta pelo menos 1 episódio de urticária ao longo da vida. Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais freqüente em adultos jovens.



007. Quais as pessoas com maior tendência a desenvolver urticária?

As pessoas com antecedente de atopia (alergia respiratória e de pele) são mais propensas a ter urticária.



008. Além das lesões da pele, a urticária acarreta alguma outra alteração no organismo?

A urticária crônica tem um impacto negativo na qualidade de vida da pessoa, uma vez que pode causar fadiga, insônia, isolamento social, perda de energia e dificuldades emocionais e sexuais.



009. A urticária traz algum risco de vida?

Se estiver associada com inchaço das vias respiratórias (também conhecido com edema de glote e laringe) sim, pois nessa situação há uma grande dificuldade de respirar. O tratamento deve ser feito o mais rápido possível.



010. Como é feito o diagnóstico de urticária?

O diagnóstico clínico é fácil e é feito pelo aspecto das lesões de pele, presença de coceira e duração fugaz das lesões. No entanto, o diagnóstico da causa pode ser extremamente difícil. Exames podem ser solicitados, mas nem sempre conseguem esclarecer a causa da urticária.



011. Qual é o tratamento da urticária?

O tratamento consiste na descoberta e afastamento da causa, o que nem sempre é possível.

Os pacientes devem ser orientados a evitar substâncias ou situações que possam piorar a intensidade dos episódios, tais como consumo excessivo de álcool, ambientes muito quentes e medicamentos como aspirina e antiinflamatórios. O tratamento medicamentoso consiste basicamente no uso de anti-histamínicos, que são drogas capazes de bloquear os receptores de histamina (uma das principais substâncias responsáveis pelos sintomas da urticária). Os mais utilizados são a loratadina, desloratadina e fexofenadina. A desloratadina é um novo anti-histamínico H1, considerado por alguns autores como de terceira geração, também não causa sonolência, proporciona rápido alívio da coceira e do número e tamanho das lesões e apresenta ação antiinflamatória adicional.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Prebióticos, probióticos e simbióticos na prevenção e tratamento das doenças alérgicas

Objetivo: Avaliar o papel dos probióticos, prebióticos e simbióticos no equilíbrio do sistema imunológico do lactente, bem como seu efeito preventivo no desenvolvimento de doenças alérgicas na criança.

Fonte de Dados: A partir do levantamento de todos os ensaios clínicos duplo-cegos e randômicos em seres humanos, publicados nos últimos cinco anos na base de dados Medline e que contivessem unitermos relacionados a prebióticos (oligossacarídeos), probióticos e simbióticos versus hipersensibilidade, analisou-se seu papel quanto à utilização em doenças alérgicas.


Síntese de Dados: Foram incluídos nesta revisão três trabalhos com prebióticos, os quais utilizaram a mistura GOS:FOS (9:1) em fórmulas infantis em lactentes nos primeiros meses de vida; 24 trabalhos com probióticos, sendo os micro-organismos utilizados na suplementação L. rhamnosus GG, B. lactis, L. casei, L. paracasei, L. reuteri, L. acidophilus, B. longum, B. breve e P. freudenreichii sp., e dois estudos com simbióticos.


Conclusões: Apesar das evidências de benefícios da suplementação precoce de probióticos com algumas cepas específicas, prebióticos e simbióticos na prevenção da dermatite atópica, em crianças de alto risco para alergias, e do uso de probióticos no tratamento das dermatites atópicas moderadas e graves mediadas por IgE, há necessidade de ampliar os estudos quanto ao tempo de observação dos indivíduos suplementados, quanto à segurança e aos efeitos em longo prazo.


Dr. Antonio Carlos O. Biel
Medico    Dracena - SP

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Higiene do ambiente físico nas doenças alérgicas

A higiene do ambiente físico é de grande importância nas doenças alérgicas, especialmente por se tratarem de medidas que visam postergar as manifestações clínicas da doença, ou mesmo minimizá-las. Portanto, independente do tratamento medicamentoso, a higiene ambiental na residência de um alérgico deve ser cuidadosa.




Sabemos que principalmente na faixa pediátrica, a maioria dos asmáticos são alérgicos (~85%) principalmente a ácaros da poeira doméstica, alérgenos de animais domésticos e baratas. Os ácaros da poeira domiciliar são animais microscópicos, que vivem dentro dos domicílios, muito próximos ao homem, já que se utilizam das descamações de pele humana como principal fonte alimentar. Durante 1 noite, descamamos 1 a 2 g de pele, e portanto, o ambiente de escolha para proliferação dos ácaros é a nossa cama: em especial o colchão, travesseiro e roupas de cama. Outros locais importantes seriam estofados, cortinas e carpetes. Desta forma, é fácil estabelecermos prioridades no combate a este inimigo, quais sejam:



1. No dormitório



encapar colchões e travesseiros com capa impermeável à passagem de ácaros ou suas excreções. Lavar estas capas a cada 3 ou 4 semanas.



lavar roupas de cama I ou 2 x por semana, deixando-as de molho em água com temperatura > 550 C por 10' ou usar secadora que atinja estes níveis térmicos.



retirada de cortinas



limpeza de piso com pano úmido com desinfetante suave



não utilizar produtos de limpeza com veículo oleoso (ceras, lustra-móveis)



se os carpetes não puderem ser retirados de imediato, limpá-los 2 x por semana com um aspirador de pó tipo doméstico, tomando-se o cuidado de afastar o paciente alérgico do ambiente por aproximadamente 30 minutos



manter as superfícies de móveis livres de objetos



roupas e papéis dentro de armários



2. Nos demais locais da residência



a orientação em relação a carpetes é a mesma que para o dormitório



os estofados devem ser preferencialmente de couro ou revestimento semelhante, passíveis de limpeza com pano úmido



A residência de uma forma geral deve ser bem ventilada, e o dormitório do asmático



deve receber sol.



Em relação à orientação para animais domésticos, o ideal é que o paciente alérgico não tenha contato domiciliar com cães e gatos. Se comprovada sua alergia a animais, através de testes alérgicos e ou exames de laboratório, a única medida realmente eficaz será seu afastamento do convívio. Tratando-se de crianças, devido ao grande apego emocional e à



dificuldade de um afastamento brusco, muitas vezes precisamos lançar mão de medidas alternativas, que apesar de não serem tão eficazes, diminuem a carga de alérgenos no ambiente, quais sejam:



utilização de filtros de ar apropriados nos ambientes (HEPA)



retirada de carpetes e cortinas de toda a residência



revestimento de estofados com couro ou material similar



lavagem semanal do animal (princ. gato), por imersão



As baratas são combatidas com o uso de iscas, evitando-se os aerossóis de ambiente.



Um outro ponto importante na higiene ambiental do paciente alérgico, consiste no afastamento da inalação de fumaça de cigarro. Estão atualmente bem estabelecidos os danos causados pelo fumo no pulmão dos asmáticos, quer seja este um fumante ativo ou passivo (especialmente crianças). Devido às crianças pequenas permanecerem a maior parte do tempo em companhia das mães, solicitamos às mães de asmáticos que se abstenham de fumar dentro do ambiente doméstico.



O hábito oriental da retirada dos sapatos quando se adentram as residências, toma-se de grande interesse quando se trata de paciente asmático, uma vez que, através das solas dos sapatos carreamos bactérias para dentro dos domicílios. Estas bactérias podem liberar substâncias (endotoxinas), que, se inaladas, podem em associação aos alérgenos, levar a uma piora do quadro clínico.



É extremamente importante o conhecimento da importância das medidas de higiene ambiental na evolução da doença alérgica, de uma forma geral. Com a possibilidade deste tipo de informação, é possível traçarmos uma meta, priorizando as medidas a serem tomadas, de modo individualizado a cada paciente.



Dr. Antonio Carlos O. Biel
Medico Dracena - SP

sábado, 7 de agosto de 2010

Rinite e asma são os problemas mais comuns em crianças que procuram ambulatórios de alergologia, indicam estudos

Dois estudos apresentados em abril no Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia em Pediatria indicam que a rinite e a asma são as patologias mais frequentes em crianças atendidas em ambulatórios de alergologia - respondendo pela maioria dos casos -, e que ambas, muitas vezes, estão associadas nesses pacientes. Realizados em ambulatórios de alergia pediátrica de Petrópolis-RJ e de Juazeiro do Norte-CE, os estudos mostram, ainda, que houve preponderância de casos de problemas respiratórios no sexo masculino, e que a sibilância, dermatites e sinusite também são condições significativas entre esses pacientes.




No trabalho desenvolvido no ambulatório de alergologia do Hospital Municipal Infantil Maria Amélia Bezerra, na cidade do Nordeste brasileiro, a revisão de 150 prontuários - 90 de pacientes masculinos e 60 femininos - indicou que asma e rinite respondiam por 64% dos casos, com a sibilância em lactentes ocupando o terceiro lugar entre as condições mais comuns, seguida das manifestações alérgicas com sintomas cutâneos. “No sexo feminino, as principais patologias encontradas foram asma e rinite, e a faixa etária mais prevalente foi entre seis e 10 anos”, destacaram os autores em publicação do Congresso. “Em relação ao sexo masculino, rinite foi o diagnóstico mais frequente (53 casos), seguido de asma (42 casos). Ambas as patologias foram mais frequentes entre três e cinco anos de idade”, acrescentaram.



Os resultados não foram muito diferentes na pesquisa desenvolvida no ambulatório de alergia pediátrica da Faculdade de Medicina de Petrópolis - que incluiu 114 prontuários de crianças atendidas no período de janeiro de 2008 até fevereiro de 2010. Segundo os pesquisadores deste ambulatório, “a doença prevalente foi a rinite, o que vai de encontro ao ARIA 2008 - que classifica rinite como a maior doença crônica respiratória e valoriza a associação de rinite e asma como uma doença única das vias aéreas”. Além disso, a asma intermitente apareceu como outra condição muito frequente entre os pacientes. “A patologia mais observada foi a rinite, sucedida pela asma. Dentre as rinites, rinite persistente (70%) foi a mais encontrada. Na população do ambulatório portadora de asma, encontramos a asma intermitente (72%) como a mais prevalente”, destacaram os autores.



Os especialistas dos dois estudos registraram, ainda, uma grande co-ocorrência das duas condições respiratórias. Segundo os pesquisadores da Faculdade de Medicina de Petrópolis, aproximadamente um terço das crianças com rinite apresentavam asma concomitantemente; e 80% das crianças portadoras de asma apresentavam rinite associada. E as demais patologias encontradas foram: lactentes sibilantes, dermatite atópica, prurigo estrófulo, urticária, conjuntivite, hipertrofia de adenoides e amídalas, e alergia alimentar.



Fonte: 11º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia em Pediatria. 08 a 11 de abril. Temas livres 21 e 22.
 
 
Dr. Antonio Carlos O. Biel - Medico - Dracena - SP

Asma na idade adulta após sibilância na infância: um estudo de questionário em 27 anos de idade

São Paulo, 07 de agosto de 2010







A sibilância na primeira infância é uma condição heterogênea, o prognóstico a longo prazo varia da recuperação total até a asma crônica. Embora o resultado a curto prazo tenha sido ativamente estudado, há uma falta de dados sobre o resultado a longo prazo até a idade adulta. Pesquisadores da Finlândia realizaram um estudo, recentemente publicado na revista Allergy, com o objetivo de avaliar a prevalência e os fatores de risco da asma em 26-29 anos de idade após sibilância no início da vida.







Na idade mediana de 27,3 anos (de 26,3 a 28,6), um questionário foi enviado a 78 indivíduos hospitalizados por sibilância com < 24 meses de idade, e 59 (76%) responderam. Asma, alergia e peso foram comparados com controles selecionados acompanhados desde o nascimento e com controles não selecionados recrutados para este estudo da idade adulta.







A asma diagnosticada pelo médico estava presente em 20% dos pacientes com bronquiolite antiga, em comparação com 5% nos dois grupos controles (OR: 2,1; IC 95%: 0,3-17,9 vs controles selecionados; OR: 5,2; IC 95%: 1,7-15,8 vs controles não selecionados). Os respectivos valores para a asma auto-relatada atual foram de 41% e de 7-10% (OR: 11,4; IC 95%: 2,3-56,1 vs controles selecionados; OR: 12,2; IC 95%: 4,4-33,7 vs controles não selecionados). A rinite alérgica atual e o tabagismo atual foram significativamente associados com a asma, mas a obesidade e o sobrepeso atuais não foram. Na análise multivariada, a sibilância na primeira infância foi um fator de risco independente da asma na idade adulta.





Dr. Antonio Carlos O. Biel - Medico - Dracena - SP

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

ALIMENTAÇAO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA

A OMS e os diversos comitês de Nutrição das Academias Pediatricas definiram dois periodos ideais de alimentação durante o primeiro ano de vida da criança:
- O periodo de lactação exclusiva que vai até os 6 meses de idade, durante o qual a alimentação se dará somente com leite materno ( ou em sua falta, com fórmulas de leite de vaca modificado);
- O periodo de introdução da alimentação complementar : frutas e papas salgadas, que se inicia no sexto mes de vida. A amamentação deve continuar nesse período ou na sua falta devem-se introduzir formulas infantis de segundo semestre.
Nesse Primeiro ano devem ser considerados não só os requerimentos nutricionais, mas também o grau de maturação e desenvolvimento dos sistemas neuromuscular, gastrintestinal, renal e imunológico, para que a transição da lactância natural ou artificial para a dieta mista habitual da criança e do adulto ocorra de forma gradual.

Dr. Antonio Carlos de Oliveira Biel
Medico
Dracena-SP

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Vitamina D , em doses elevadas , diminui quedas em idosos

Doses de 700 UI a 1000 UI por dia de Vitamina D ( seja na forma de calcitriol ou colecalciferol) impedem uma queda adicional para cada 11 pacientes idosos que as tomam regularmente.
Formulas com doses menores não são eficazes. Considerando seu baixo custo, disponibilidade adequada e poucos efeitos colaterais, a vitamina D ( com ou sem cálcio) deve ser um suplemento Regular em pacientes com mais de 65 anos de idade, uma vez que aproximadamente um em cada tres idosos sofre quedas a cada ano.
A vitamina D , além de seu efeito sobre a resistencia óssea, também afeta a força muscular e, em pacientes com deficiência desse nutriente, aumenta a força muscular, a função e o equilibrio.



Dr. Antonio Carlos Oliveira Biel
Medico - Dracena - SP

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O INICIO DO FIM.....

Quando Deus criou o Ceu e a Terra.... tudo começou....
Enfim, criar o meu Blog é mais ou menos assim... o inicio pensando no fim...
Parece meio maluco , mas é mais ou menos dessa forma que vejo criar meu blog
E só quem tem um Blog , experimentou essa experiencia tecnologica.
Mas parando de escrever bobagens, vamos ao que interessa....
O Objetivo principal desse Blog é iniciar um trabalho de informação ao publico em geral, sobre medicina
e tambem, iniciar uma nova experiencia no Radio AM local, onde iremos realizar um sonho antigo com um programa no radialismo sobre doenças , metodos de prevenção e bate papos com medicos de diversas especialidades.
Em muito breve, esse novidade será divulgada por mim no meu blog.
Espero poder auxiliar na divulgaçao desse espaço que somente a internet pode nos proporcionar nesses ultimos dias.
Obrigado pela atençao e sigam-me será um prazer!!!
Abraços
Dr. Biel